
“No princípio, criou Deus os céus e a terra.” Gênesis 1.1
Sonhos, nossas vidas são constituídas por eles. Eles trazem esperança em tempos difíceis, eles enchem o nosso coração de alegria e muitas vezes são a razão de seus batimentos. O dicionário o define como: Seqüência de pensamentos, de idéias vagas, mais ou menos agradáveis, mais ou menos incoerentes, às quais o espírito se entrega em estado de vigília, geralmente para fugir à realidade; devaneio, fantasia; Desejo veemente; aspiração. Mas eles são mais que isso, na verdade são a fagulha da criatividade divina nos homens. O sonhos são nossos mecanismos de criação. Antes de aviões quebrarem a barreira do som, os homens sonharam com maquinas voadoras, um mito grego relata a estória de Ícaro um jovem que voou com seu “pássaro” gigante com asas de cera criado por seu pai, perto demais do sol e morreu no mar Egeu. Leonardo da Vinci um dos principais pensadores dos tempos modernos. Pintor, escultor, arquiteto, botânico, geógrafo e matemático desenhou com surpreendentes detalhes técnicos sua máquina voadora que nunca saiu do papel. Em suma todos os homens são plenos de sonhos e antes de qualquer ato criador humano primeiro vem ao lume sonhos e mais sonhos.
A magnificente história do começo revela um Deus “Sonhador” que tem o poder de imaginar criativamente e do nada criar a luz e da luz criar o dia. Nas galáxias, existe muita poeira e gás formando diversas nebulosas, uma imensa nuvem de gás e poeira entre as estrelas que incitada pela radiação dessas estrelas vizinhas produz luz. As moléculas desses gases, quando voltam ao seu estado fundamental, emitem a luminosidade que faz com que possamos ver a nebulosa. É o espetáculo mais belo do espaço, não passa de poeira, gás e luz, mas é a contemplação mais bela que há! Muito antes de um astro produzir energia por reações de fusão nuclear, já estava presente no universo poeira, gás e luz!
Contemple a magnífica criatividade criadora do Sagrado, sinta a poesia, a belíssima poesia viva da criação. O vazio o espaço, o céu e a terra, depois mares e rios serpenteando por cânions gigantescos. Ervas e árvores, rosas e tulipas, toda a vida marítima, toda a vida terrena; criados, esculpidos através da Palavra Criativa de Deus. Isso não é belo? Incompreensível demais? Inefável demais? Grandioso demais? Dos “sonhos” criadores de Deus surge um poema, um canto nostálgico, um grito de alegria, um ballet cheio de encanto, um caudaloso rio de vida e vida abundante e um magistral “livro” cheio de segredos! Antes de existir um homem sequer para maravilhar-se diante da tela do artista, para aplaudir o espetáculo, para se emocionar com o canto da vida. Deus criou um Santuário sem mácula, um jardim, um lar antes do medo, sem tempo, sem morte, sem dor, dádivas construídas pelo Deus que tudo que fez “era muito bom” . Examine, toque o espinho da roseira, sinta o cheiro do perfume da manhã, maravilhe-se diante das estrelas e encontrará apenas uma palavra que descreva tamanha grandeza. Amor!
Mas a criatividade de Deus não para por ai, o Supremo Arquiteto se torna o Construtor, o Pintor Talentoso toma o oficio do Escultor. Deus coloca suas mãos santas na terra que criou e modela um boneco de barro, em um ato humilde e enigmático sopra nas narinas inanimadas do boneco de barro o sopro da vida! Não é um Deus indiferente, não é um Deus como um “motor imóvel” em uma visão aristotélica, desprovido de sentimentos. Mas é sim um Deus que não liga de colocar suas nobres mãos no barro e criar o homem livre para amar! O ato criativo de Deus está exatamente em sua soberana vontade, que não o prende dentro de moldes e perspectivas humanas, mas assegura a sua total liberdade até mesmo para arriscar. Liberdade para se sujar de lama como uma pura criança e criar, liberdade para amar e para chorar se for preciso. E contudo continua sendo o Inexorável, o Deus Criador, o Soberano, o Santo, o Deus da Cruz ou o Deus na Cruz!
Diante da beleza da criação, da perspectiva, de um novo ano de um novo recomeço, da grandeza e beleza do espaço. Ficamos com a fagulha da criatividade divina em nós, nossos sonhos são essa fagulha. Sonhamos e ousamos sonhar para poder também como Deus criar. Criar uma piedade mais viva, um jeito novo de fazer novas ou velhas coisas, criar um mundo mais justo nem que seja “nosso pequeno mundo”! E confessamos como os filhos de Israel em Neemias 9.6: “Tu só és Senhor, tu fizeste o céu, o céu dos céus, e todo o seu exército; a terra e tudo quanto nela há; os mares e tudo quanto neles há; e tu os guardas em vida a todos; e o exército dos céus te adora”. Amém!
Guilherme Costa

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