A pálida luz da lua ilumina minha janela
nesta noite escura! Lembro-me de tua tez
tão pura, dos teus beijos de mel no frio desta
madrugada. Onde não tenho teu colo para
recostar minha cabeça, nem tuas mãos a
afagar os meus cabelos.
Lá fora o vento desfolha as árvores
e em gemidos inexpressivos compõem um
treno, oh bem amada, e nessa canção coroa
a solidão de tua ausência encantada!
Es minha flor dourada, regada com amor eterno
colhida na primavera mais bela, cultivada
no jardim que cresce em minha janela.
És minha rima perfeita, és a gota de orvalho que
escorre sobre a rosa e eu apanho com a palma de
minha mão. Entras assim em minha pele,
te misturas ao meu sangue e corres tão rápida
e avassaladora em direção ao meu coração!
Donzela amada, anjo de vidro, pequena menina
és a canção que alegra os pássaros na bela estação,
és o perfume do lírio que cresce sobre montanhas
escarpadas de uma terra longínqua e bem amada.
És o calor da lenha que queima neste inverno de
frio intenso, nesta madrugada que corroi com a
saudade dos teus delicados passos em minha direção,
dos teus braços apertados em meu pescoço e dos
teus lábios coroando-me com um beijo roubado!
Es tudo oh bem amada, és também meu desatino
nos dias que te espero olhando na janela o luar.
Pálido e ansioso fico em esperar tua chegada, teu
abraço, teu abrigo suave e tuas mãos delicadas.
És meu amor eterno, és o silêncio profundo da
noite que fala ao coração apaixonado, és a chuva
que molha a roseira, és a falua que navega no
oceano, és o eflúvio da flor que nasce na primavera!
Tu és meu bosque secreto, és mais que isso, em
uma frase és meu amor, em uma palavra é minha vida,
em um gesto és meu sonho dourado e em um olhar és
meu mundo encantando, é meu bem mais amado!
Guilherme Costa